sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Reminiscência como lei

Em ano eleitoral não poderia falar sobre um assunto diferente de eleições. A maioria dos leitores já deve estar procurando outra coisa para ler, afinal de contas, política é um tema e causa repulsa a maioria das pessoas. Todavia gostaria de esclarecer que política e eleição são coisas totalmente diferentes.
Eleição nada mais é que a escolha de um representante. Talvez ele seja bom, talvez seja ruim, ou talvez ele nem seja. Como Maquiavel dizia, “Todos vêem o que pareces, poucos sabem o que tu és.” Mas voltando a falar das eleições, o problema – por enquanto – não é os candidatos, e sim, a campanha! Santinhos são dados para pessoas e para o vento, e o melhor é que nós sempre recebemos no mínimo dez deles, será que devemos ficar com um e distribuir os nove restantes??? Prefiro nem citar aquelas bandeiras que atrapalham o transito de veículos (limita a visão dos motoristas) e dos pedestres (já que metade da calçada é das bandeiras). E o melhor, aqueles carros de som, no volume mais alto possível, com aquelas parodias dos hits batidos do ano passado. Ai, as eleições são “maravilhosas”!!! E quando pensamos que já passamos por todas as provações: a campanha invade nossa TV, e de repente, todo o trabalho se torna um show, que às vezes, é cômico ou traumático. E mais um viva a democracia, esta avó que nos mima e nos permite escolher qualquer candidato, e é ai que mora o perigo: QUALQUER CANDIDATO. Apresentam-nos os mais diversos tipos de futuros governantes, alguns excelentes e outros totalmente despreparados. Usando mais uma frase de Maquiavel: “Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis.”
Já saindo das eleições e entrando na política em si, o problema floresce a partir do momento em que o representante escolhido começa a atuar. Governar não é um dom, mas também não é adquirido com um diploma. A arte de governar é o conjunto da sorte e da sabedoria. Sorte??? Sim, sorte! A mesma sorte que se recebe ao achar um trevo de quatro folhas. Quem governa precisa ter a sorte de encontrar um mundo de oportunidades abertas e um cenário favorável ao seu governo, e também precisa ter sabedoria para utilizar esta sorte da melhor maneira possível.
Um bom governo, vai além do crescimento econômico. Não estou dizendo que este não é importante, só alego que ele não é o único essencial. Cuidar do social, humanizar e dismassificar uma população também é de extrema importância. Ver um povo, uma nação, ver pessoas, e não simplesmente consumidores. Pena que isso tudo é uma grande utopia.
Entretanto o fato é que as eleições estão ai , e em um país onde a reminiscência é lei, o sofrimento é um passo para perfeição , uma vez que ter pouco todo dia, é melhor do que correr o risco de não ter nada por um momento.

Carolina Souza

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