terça-feira, 28 de setembro de 2010

Cuidado que ela volta!

Dois incautos entram em uma pequena loja

E compram 13 balões com a esmola que ganharam
Voltam para o seu barraco no suburbio da cidade
E no dia seguinte, ao amanhecer, soltam os balões.
Das casas onde existe ciencia o alerta parte:
"Há algo perigoso lá fora"
E os olhos espiam pela janela e veem
13 balões invadindo o nosso céu!
13 balões vermelhos escondendo o nosso sol de verão
E quem tem ciencia avisa:
"Há aqui quem é daqui e irá nos trair"
As maquinas de guerra ganham vida
Os olhos da grande aguia ganham força e hipinotizam quem olha para os 13 baloes vermelhos no céu de verão.
13 decisões impostas
13 pessoas mortas
Ninguem pode governar
Só o Imperador pode mandar
E nas ruas a declaração:
"Agora é guerra, foi isso que conquistamos.
Chamem as tropas, chamem os caças para derrubar os 13 balões vermelhos que estão no ar".
13 tanques nas cidade
13 torturados encontrados
Desejos de um novo Tiradente
Suspeitas de uma nova ditadura
Ordens para identificar, classificar e censurar
E se olharmos para o céu só veremos 13 balões vermelhos a voar
13 sonhos destruidos
Cada um por um balão
E estou aqui sem minha familia
No meio das ruinas do que um dia foi uma nação
Quando olho para o passado
Penso que não houve compaixão
Meus olhos se enxem d'agua
Lembro de vc e de um balão que eu (v)soltei...
 
Carolina Souza

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Reminiscência como lei

Em ano eleitoral não poderia falar sobre um assunto diferente de eleições. A maioria dos leitores já deve estar procurando outra coisa para ler, afinal de contas, política é um tema e causa repulsa a maioria das pessoas. Todavia gostaria de esclarecer que política e eleição são coisas totalmente diferentes.
Eleição nada mais é que a escolha de um representante. Talvez ele seja bom, talvez seja ruim, ou talvez ele nem seja. Como Maquiavel dizia, “Todos vêem o que pareces, poucos sabem o que tu és.” Mas voltando a falar das eleições, o problema – por enquanto – não é os candidatos, e sim, a campanha! Santinhos são dados para pessoas e para o vento, e o melhor é que nós sempre recebemos no mínimo dez deles, será que devemos ficar com um e distribuir os nove restantes??? Prefiro nem citar aquelas bandeiras que atrapalham o transito de veículos (limita a visão dos motoristas) e dos pedestres (já que metade da calçada é das bandeiras). E o melhor, aqueles carros de som, no volume mais alto possível, com aquelas parodias dos hits batidos do ano passado. Ai, as eleições são “maravilhosas”!!! E quando pensamos que já passamos por todas as provações: a campanha invade nossa TV, e de repente, todo o trabalho se torna um show, que às vezes, é cômico ou traumático. E mais um viva a democracia, esta avó que nos mima e nos permite escolher qualquer candidato, e é ai que mora o perigo: QUALQUER CANDIDATO. Apresentam-nos os mais diversos tipos de futuros governantes, alguns excelentes e outros totalmente despreparados. Usando mais uma frase de Maquiavel: “Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis.”
Já saindo das eleições e entrando na política em si, o problema floresce a partir do momento em que o representante escolhido começa a atuar. Governar não é um dom, mas também não é adquirido com um diploma. A arte de governar é o conjunto da sorte e da sabedoria. Sorte??? Sim, sorte! A mesma sorte que se recebe ao achar um trevo de quatro folhas. Quem governa precisa ter a sorte de encontrar um mundo de oportunidades abertas e um cenário favorável ao seu governo, e também precisa ter sabedoria para utilizar esta sorte da melhor maneira possível.
Um bom governo, vai além do crescimento econômico. Não estou dizendo que este não é importante, só alego que ele não é o único essencial. Cuidar do social, humanizar e dismassificar uma população também é de extrema importância. Ver um povo, uma nação, ver pessoas, e não simplesmente consumidores. Pena que isso tudo é uma grande utopia.
Entretanto o fato é que as eleições estão ai , e em um país onde a reminiscência é lei, o sofrimento é um passo para perfeição , uma vez que ter pouco todo dia, é melhor do que correr o risco de não ter nada por um momento.

Carolina Souza