Na minha juventude, havia cidades perigosas
Havia ruas taciturnas
Fugas entre o silencio da noite escura
Na minha juventude, quando entardecia
Todas as expectativas se consumavam
E na frente do meu espelho eu dançava
Mas minha juventude me olhou seria:
“O que você fez de nossas horas?
O que fez com os caminhos perdidos?
Agora o vento do inverno sopra...”
Na minha juventude, houve belas partidas
O disparar do meu coração com um único olhar
A incerteza a cada passo
Na minha juventude, houve interstícios
Vôos em estado de embriaguez
Aterrissagens desesperadas
Mas minha juventude me olhou severamente:
“O que você fez de nossas noites?
O que fez de nossas aventuras?
Agora, o tempo volta a correr...”
Na minha juventude, houve uma prece
Um ato, um dizer ou um sonhar
Uma promessa ou um mistério
Na minha juventude, houve uma flor
Colhida em plena doçura
Arrancada com pavor
Mas minha juventude me olhou cruelmente
E disse que ela tinha que partir
Ela se voltaria à outras estrelas
E eu que decidisse o fim da historia.
Adaptado por Carolina Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário